(16/11/2023) HGG realiza transplante renal e fortalece os laços entre duas primas
Laura Correia recebeu um rim saudável da prima Pâmela da Silva

Em um ato de amor e solidariedade, um transplante renal entre primas foi realizado no Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, no dia 6 de novembro, marcando um capítulo inspirador na trajetória de vida de duas primas. As protagonistas dessa dessa história são Laura Cristina Oliveira Correia, 46 anos e Pâmela Auxiliadora da Silva, 32 anos, que agora são unidas não apenas pelo sangue, mas também por um vínculo de vida renovado.
A jornada começou quando Laura foi diagnosticada com uma doença renal congênita em 2017 e por dois anos, controlou seu quadro clínico seguindo a dieta prescrita pela equipe médica. Com a chegada da pandemia da covid-19, em 2020, a gari teve receio de ir até o hospital para manter suas consultas e exames em dia, e isso agravou seu quadro perdendo a função renal de um rim. Nessa época que ela foi afastada do seu trabalho por ter que realizar três sessões semanais de hemodiálise com duração de quatro horas cada uma e, a partir de então, a perspectiva de um transplante tornou-se uma necessidade iminente. Foi então que Pâmela, movida por um profundo laço familiar e empatia, decidiu submeter-se ao teste de compatibilidade.
Decidida a ajudar, a professora de educação física, Laura, convidou sua prima a mudar-se de Rondonópolis (MT) para Barra do Garças(MT), para que juntas, encontrassem o caminho para o transplante. Em um bate-papo, Laura contou que ela e seu marido estiveram no Paraná realizando testes de compatibilidade, mas que, infelizmente, os resultados foram negativos. Nesse momento, Pâmela surpreendeu sua prima perguntando que se existisse compatibilidade entre elas, se Laura aceitaria a doação de um rim. “Eu havia chegado de uma sessão de hemodiálise, estava muito fraca e quando vi, estava ajoelhada chorando e agradecendo a Deus por ele ter enviado um anjo para a minha vida”, relembrou.
Os médicos confirmaram a compatibilidade de 80% e a decisão corajosa de Pâmela, não era mais um sonho, passando a ser uma possibilidade real. O urologista Rafael da Rosa Ergang, responsável pela captação do órgão, explicou qual parte mais delicada da cirurgia e os critérios para a escolha do rim a ser retirado. “Manter a integridade vascular do órgão é a parte mais sensível durante a nefrectomia. Normalmente, o melhor rim permanece com o doador, mas neste caso, especificamente, ambos estavam saudáveis. Optamos pelo rim direito por ele ter apenas uma veia e isso implica numa chance melhor de complicação na hora do implante.”
"Minha prima não hesitou em me oferecer esse presente incrível. É um ato de amor que vai além das palavras. Estou profundamente grata por essa segunda chance de vida, meu sentimento é de gratidão eterna", compartilhou Laura visivelmente emocionada. Pâmela, com humildade, comentou que sua motivação sempre foi salvar a vida da prima e que com o apoio da sua mãe, teve certeza que tudo daria certo. Ela finalizou dizendo que faria tudo novamente pela saúde e felicidade da sua prima.
Brasil bate recorde de doadores de órgãos no primeiro semestre do ano De janeiro a junho de 2023, o Brasil registrou mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos. Esse é um número recorde de doações, quando comparados números do mesmo período dos últimos dez anos, e possibilitou a realização de mais de 4,3 mil transplantes. Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), esse quantitativo representa aumento de 16% no número absoluto de transplantes de órgãos, quando comparado com o mesmo período de 2022. O Brasil também registrou mais de 6,7 mil potenciais doadores nos primeiros seis meses deste ano.
Sementes para o Futuro Por ser professora em uma escola do ensino fundamental 2 e ensino médio, Pâmela inseriu o assunto de doação de sangue, medula, órgão e tecidos, sempre que possível durante as aulas com seus alunos. Além de compartilhar gradualmente sua experiência como doadora de órgão, ela acredita que a conscientização dos adolescentes de hoje terá um impacto positivo no futuro. “Eu trabalho em escola e acredito que o conhecimento muda vidas. Durante minha experiência ao doar um rim para a minha prima, compartilhei momento a momento com meus alunos. Semeei muitas sementes e tenho certeza que muitas irão germinarão os tornando doadores no futuro”.
Fonte:
IDTECH